segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Quando o "melhor amigo" é abandonado

Primeiro nasce, mas mesmo antes de acontecer já todos estão eufóricos com a chegada de mais um "coisinha fofinha". Depois separam-no da mãe, "Já é suficientemente grande para sobreviver sozinho", pensam.
Contudo, espera ansioso que a nova família goste dele e o trate bem, tal como a sua mãe. Na verdade é isto que acontece. Ele brinca com as crianças, as quais gosta de pensar que são os seus "irmãozinhos", sim porque não teve tempo de conhecer os seus verdadeios irmãos!
Batem-lhe quando faz as necessidades dentro de casa, porque já não aguenta mais e também porque nunca lhe ensinaram que não o devia fazer, no entanto continua a sentir o calor de ter um lar, de se sentir protegido e seguro. Sente-se feliz. Pensa que faz tudo direitinho e por isso vão sempre gostar dele.
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Mas ele cresce. Cresce mais rápido do que a sua "família" poderia pensar e é aí que as coisas mudam de aspecto. Acorrentam-no. Agora quase não se pode movimentar, mal consegue procurar um raio de sol ou abrigar-se à sombra quando o calor é muito. Dizem-lhe que é um ingrato e que vão estar de olho nele. Não entende o que está a acontecer.
Já nada é como dantes, sente-se só e que a "família" já não o quer. Esquecem-se de lhe dar de comer e beber e quando chove não tem onde se abrigar.
Mais tarde, cansados abandonam-no. Sente-se angustiado e continua a não perceber o que se está a passar.
Contudo não desiste, tenta encontrar o caminho para casa mas não encontra. Sente-se perdido.
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Agora vagueia pelas ruas. As pessoas olham-no com tristeza e por vezes dão-lhe algo para comer. Na verdade o que ele queria era que o adoptassem, mas apenas murmuram "Deve ter-se perdido, coitadinho" ou então "Não te aproximes dele".
Quando vê crianças lembra-se dos seus "irmãozinhos", da sua família adoptiva... Mas estes atiram-lhe pedras, gozam-no...
As coisas mudaram. Quando era bonito as pessoas tinham compaixão por ele; agora que está fraco e o seu aspecto mudou, as pessoas desprezam-no.
Quase não se mexe. Foi atropelado, a dor é terrível, praticamente insupurtável. Há 10 dias que não come nem bebe, anda à chuva e ao frio; já quase não vive, apenas sobrevive.
No entanto alguém amigo e com coração pega nele e procura tratá-lo, mas não há nada a fazer "É melhor que pare de sofrer. Cheguei tarde demais."

Mas mesmo antes de morrer pensa: Porque nasci, se ninguém me queria?

É importante abrir as consciências e acabar com os maus tratos nos animais, nomeadamente com o abandono de cães e gatos. Não abonone o seu "melhor amigo" porque se ele é para si um bom amigo, acredite que para ele você é muito mais.

1 comentário:

DIFERENÇA FAZ DIFERENÇA disse...

As pessoas que maltratam os animais deviam ser severamente castigados... Os animais são muito fofos, carinhosos e até podem ser os nossos melhores amigos... Vêem-se por aí muitos relatos de animais que salvaram os seus donos de um incêndio, de outros animais ferozes, que deram a vida pelos seus donos, etc etc... Isso só nos faz ver que eles têm sentimentos, que eles gostam dos seus donos e que nunca, mas mesmo nunca, nos abandonariam...
Lembra-me perfeitamente dos primeiros cães que tive (tive logo a sorte de ter logo dois;)), eram muito fofos... Um era da raça colen, toda a gente gostava daquele cão, e o outro era o Boby, era rafeiro, mas muito engraçado... Como na altura era filha única e poucas vezes tinha oportunidade de brincar com as outras crianças fora da escola, eles eram os meus companheiros, divertia-me imenso com eles, eram como se fossem os meus melhores amigos... Por razões que sempre desconhecemos, o destino levou-os e sofri imenso... "E agora com quem é que eu vou brincar? As suas casotas vão ficar tão vazias! Vou ter tantas saudades deles! Foi muito dificil pra mim superar isso, porque sempre tive um enorme amor e respeito por eles... Hoje, tenho 3 dalmatas, são os cães mais engraçados e fofos que alguma vez vi, são hoje como que muito bons amigos meus, que adoram receber carinho e eles agradecem com os seus lindos rabinhos a abanar... A Ponga, a mãe de dois deles, está a ficar velhinha, mas é a cadela mais esperta que alguma vez conheci, é muito gira mesmo... Aqui á tempos, por ironia dos acontecimentos, sentei-me no chão a chorar... Ela, inteligente como é, encostou o focinho ao meu ombro, assim como se estivesse a dizer "vai correr tudo bem, não fiques assim"... Senti que ela estava a acompanhar as minhas tristezas, e me estava a apoiar, como os verdadeiros amigos fazem...
Não maltratem os animais... Se quiserem, eles podem ser as melhores coisas que vos podem acontecer... Seja cão, gato ou tartaruga... Acreditem, eu falo por experiência própria;)...

Beijinhos;)...

Eugénia