quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

Diz NÃO À VIOLÊNCIA!

"A violência não é força, mas fraqueza, nem nunca poderá ser criadora de coisa alguma, apenas destruidora."
(Benedetto)

Se um dia as portas do destino se fecharem, ou se um dia alguém me disser que não, é claro que ficarei zangada, frustada e até mesmo revoltada. Mas isto será motivo para acabar com tudo da forma mais drástica que há? Do modo que mais magoa alguém? Uns pensarão de imediato que sim, e na hora também eu poderei pensar que este seria o caminho mais fácil. Mas porquê percorrer o caminho mais fácil se este que se pode tornar o mais difícil?

É com estes "caminhos mais fáceis" que queremos acabar, porque ir pelo difícil é o que nos faz crescer e perceber que o fácil nem sempre é o correcto. Por isto e por tudo aquilo que diaramente vemos a destruir o nosso mundo e as pessoas que nelem vivem digam NÃO À VIOLÊNCIA e a toda esta "facilidade" que nos destroí o coração e nos deixa num grande sofrimento.

quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

Dia da não-Violência

Hoje, dia 30 de Janeiro, é o dia da não-Violência. Para assinalar esta data, o nosso grupo de trabalho irá exibir amanhã durante a tarde, no auditório da Escola Secundária de Felgueiras, o filme "Basta" que retrata a crueldade da violência.
Também estará à venda o nosso jornal, com várias notícias sobre casos reais de maus-tratos da região e com artigos de alunos acerca do tema. O dinheiro angariado vai contribuir para a Cercifel, instituição que já outro grupo de trabalho de Área de Projecto tem vindo a ajudar.

NÃO À VIOLÊNCIA!!

segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

"Casos da Vida"

No passado dia 20 de Janeiro, estreou na TVI uma nova série que abrange casos da vida real. O primeiro episódio focou também a temática do nosso projecto, a violência. Não poderíamos deixar de focar esse aspecto, desta forma, apresentamos um breve resumo e pequenas partes do episódio "Noivas de Maio".


As "Noivas de Maio" conta a história de Marta, Joana e Vera, cada uma vivendo o seu próprio drama, numa história onde os caminhos de todas se vão cruzar. Entre estas mulheres, com relacionamentos cada vez mais distantes, há um elemento que as une: os vestidos de noiva. No início desta história, Victória, Alice e Diana não se conhecem, mas os vestidos de noiva farão com que a suas vidas se cruzem, alterando de forma decisiva o destino de cada uma.

Entre estas mulheres, Alice vive há cerca de 10 anos com Tó, seu primeiro e único namorado. Como a família de Alice era contra o namoro, a jovem e o namorado fugiram para Lisboa e começaram uma vida juntos sem nunca chegar a casar, mesmo sendo este o maior sonho de Alice. Com o passar dos anos, este relacionamento foi piorando sobretudo devido ao temperamento violento e aos ciúmes de Tó. Alice acabou por se tornar numa mulher cada vez mais só, triste e com nódoas negras. O seu único momento de felicidade é quando sonha em tornar-se noiva indo até experimentar vestidos de noiva às escondidas de Tó. No fundo, Alice ainda acredita que um dia vai conhecer um homem que a peça em casamento e ser a noiva mais bonita da cidade.




sábado, 26 de janeiro de 2008

Detido por violência doméstica

«Um homem, com 53 anos, foi detido esta quinta-feira por militares do Núcleo Mulher e Menor de Aveiro da GNR, em Oliveirinha, por suspeita de agressões à companheira.
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Segundo a GNR, «o caso andava a ser investigado desde o início de Dezembro, altura em que uma militar da Guarda se apercebeu que a senhora era vítima de maus-tratos por parte do marido.» 2008/01/25
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A violência continua, mas é preciso travá-la! É necessário que haja justiça para que possíveis situações futuras não aconteçam!

sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

Quando o amor dá lugar ao pesadelo... (fim)

“Nada justifica a violência”

Numa altura em que o tema violência doméstica é mais abordado, manterem-se informadas é a palavra chave. “A opção e o admitir ou não a violência é sempre de cada mulher. Até onde elas aguentam é subjectivo e nós não somos ninguém para julgar. Têm é de estar informadas”, salienta Patrícia Faro. Acabar com mitos que acabam por “jogar” a favor do agressor, como o de se as mulheres saírem de casa e levarem os filhos perdem a guarda dos mesmos, é - admitem - fulcral nesta luta contra a violência doméstica.

Sair de casa e deixar tudo para trás não é uma decisão fácil, mas recomeçar também não o é menos. E há - frisam - que ter essa mensagem bem presente. “Muitas vezes as mulheres vêm com determinadas expectativas relativamente às instituições e depois há processos de re­­vi­- ti­mização nas próprias instituições, porque acham que vai ser tudo muito fácil e não é”, alertam.Que “nada justifica a violência” é, contudo, das principais mensagens a passar.

Mesmo com todos os constrangimentos, “há alternativas”. Basta procurar e dar “o primeiro passo”. Daí que seja este, aliás, o nome já escolhido para o futuro projecto da delegação de Matosinhos da Cruz Vermelha - a criação de um Centro de Atendimento a Mulheres Vítimas de Violência Doméstica, que ajude a apostar na prevenção. “Porque temos de ter bem presente que a violência doméstica também se pode reproduzir. Um rapaz que assiste a uma relação de violência, por se identificar com o pai, pode vir, no futuro, a ser um agressor e uma rapariga pode vir a ser uma potencial vítima. Há que inverter este ciclo”, salientam. Pequeno, o filho da Manuela ainda não entende o que a mãe já passou. Mas esta tem já na cabeça uma série de “grandes conversas” a ter com ele, quando crescer. “Para que ele perceba que a violência só estraga as pessoas e que nada a justifica”, explica determinada. Enfrentar um novo relacionamento é algo que ainda não lhe passa pela cabeça. As marcas da agressão física já desapareceram. Mas as da humilhação, das agressões verbais, essas, ainda que não visíveis, continuam lá. “Não quero tão cedo um novo relacionamento. Agora tenho o meu filho e é só a ele que me quero dedicar”, garante.


Na Casa Abrigo para Mulheres Vítimas de Violência Doméstica, Manuela encontrou, finalmente, a “paz”. Longe de tudo e de todos, espera-se, agora, que tanto ela, como todas as outras, tal como nos filmes... encontrem, finalmente, o seu “final feliz”...

Quando o amor dá lugar ao pesadelo... (parte IV)

"Várias faces de um mesmo crime"
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Maria (nome fictício) está na casa há três meses e retrata bem as diferentes faces que pode assumir a violência doméstica. Abandonou um casamento de 14 anos, porque não aguentava mais. Falou mais alto o coração de mãe. Não sendo ela a vítima directa das agressões do marido, ainda hoje, deixa transparecer a amargura que sente uma mãe quando vê a filha a apanhar. “Ele não me batia a mim, mas à menina e é muito difícil para uma mãe assistir a isso”, explica.A primeira vez que assistiu às agressões, ficou dividida. “Pensei que nunca mais ia parar, mas, por outro lado, também queria acreditar que ele ia mudar”.
O álcool acaba, no entanto, por vencer e Maria não teve, então, mesmo outra solução. E, no dia em que o marido pega num fio de extensão e bate na filha, Maria diz basta.Há três meses longe de tudo, tem, hoje, a certeza de que fez realmente o que era melhor para si e, sobretudo, para os filhos: “É realmente muito difícil deixar tudo para trás, mas aconselho todas as mulheres que estejam a passar pelo mesmo e que amem os filhos a ganharem coragem e a fazerem tudo por eles, porque a única coisa que precisamos é ter saúde para lutarmos para lhes darmos o melhor”. Maria tem, agora, objectivos traçados e um prazo delineado: “Quero começar a tirar um curso, ou de Geriatria ou de auxiliar de educadora de infância, começar a trabalhar e ter a minha casa. E espero conseguir fazer tudo isto dentro de um ano”.

quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

Quando o amor dá lugar ao pesadelo... (parte III)

"Deixar tudo para trás"
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«Quase sempre no limite da sua capacidade, a média da faixa etária das mulheres que passam pela casa abrigo situa-se entre os 30 e os 40 anos, a maior parte com o 4º ano de escolaridade. Chegam, na sua maioria, desprovidas, literalmente, de tudo. Não só porque, apesar de serem as vítimas, são elas que têm de deixar para trás toda uma vida, o meio onde tinham os amigos, a família, o emprego, mas porque, na grande parte dos casos, não têm sequer competências pessoais, sociais, parentais e profissionais.
“Algumas trazem, mesmo, psico-patologias acentuadas, nomeadamente quadros depressivos ou até distúrbios de personalidade”, assume o psicólogo José Pinto. À chegada é, por isso, feito, de imediato, um diagnóstico para avaliar se vêm em situação de crise ou não. Só depois é trabalhado em conjunto um plano de intervenção, adequado a cada caso e às necessidades e ob­jectivos de cada mulher, tendo a consciência de que a questão cultural é sempre aquela mais difícil de trabalhar e de mudar.Como qualquer casa, também esta tem regras de funcionamento a cumprir. Regras que conhecem logo quando chegam. “Explicamo-lhes que têm de fazer na mesma a higiene do quarto, da casa de banho, que têm de ser elas a tratar das suas roupas, que têm tarefas a cumprir e que são elas na mesma as responsáveis pelos filhos”, explica a educadora social, Nídia Monteiro. Isto, porque poucos são os casos - admitem - que chegam à casa com noções, inclusive, de gestão doméstica: “Não sabem, por exemplo, procurar os produtos mais adequados, a alimentação mais adequada”.
Ali, recomeçam, por isso mesmo, do zero. Vítimas de um isolamento imposto pelo agressor, têm, muitas vezes, até, de aprender a comunicar com os outros na própria casa: “Vê-se muito isso por exemplo na hora do jantar, quando se isolam e quase nem olham umas para as outras. A partir do momento em que são controladas a todos os níveis deixam realmente de saber conviver”. Muito importante é - frisam - não fazer juízos de valor. A vergonha ainda é um obstáculo difícil de ultrapassar para as mulheres vítimas deste que é já considerado um crime público e, por isso, não importa as vezes que a mulher já tentou sair de casa. “Se já saiu uma, ou duas, ou três vezes e regressou a casa não importa.
Não têm de ter vergonha, porque a decisão de sair de casa e de abandonar um marido ou um companheiro agressor não é realmente fácil”. Uma situação que Manuela conhece bem... "Em duas horas saiu de casa, mas a ideia de voltar leva-a a procurar o companheiro, no Natal de 2006. A “gota de água” num copo que acabou, assim, por transbordar de vez. Estive com ele unicamente dois dias, mas foi o suficiente para ver que me tinha enganado ao voltar. Não me bateu, mas maltratou-me muito verbalmente e foi aí que entendi que as coisas não tinham mais volta”, recorda Manuela.Na casa abrigo teve o seu filho e está a aprender a voltar a viver. Mesmo com a consciência de que recomeçar não é realmente um processo muito fácil: “Tive de encarar a realidade e contar às pessoas o que se estava a passar e que, afinal, não acontece só ao vizinho do lado”.»

Quando o amor dá lugar ao pesadelo... (parte II)

“Acreditava que ele ia mudar”
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«Lembra-se bem do primeiro empurrão e da primeira estalada. Lembra-se bem do aparente motivo por parte do seu compa­nheiro: “Tínha­mos estado num café e a dada altura um amigo dele começou a falar comigo. Por causa disso, quando chegamos a casa, começou a chamar-me nomes e foi quando me bateu pela primeira vez”.
O que não consegue descrever é o que sentiu nessa altura. A esse primeiro empurrão seguiram-se agressões mais violentas e humilhações verbais que a magoaram “ainda mais do que qualquer estalada”. E nem a gravidez fez parar a violência. “Ba­tia-me na mesma, mesmo quando estava grávida”, assume, com o olhar cabis­baixo, enquanto recorda as vezes que ain­­­da pensou em procurar a polícia. “Eu pensava, mas na hora H arrependia-me”.Isolada dos amigos e da família, vivia com medo. Qualquer motivo era, afinal, motivo para ser agredida: “No início, quando não tinha andado na rua e ninguém tinha ido lá a casa ficava mais descansada, porque ele não tinha motivos para me bater. Mas, depois, passado algum tempo, já nem isso era impedimento. Batia-me por coisas passadas, porque no outro dia tinha feito isto ou aquilo”. Cinco meses de inferno fizeram-na, então, tomar a decisão que tanto queria adiar, sobretudo porque acreditava que era apenas uma situação passageira. “Acreditava que ele ia mudar”, confessa, com o medo que aprendeu a ter de julgamentos.
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A gravidez ajuda também a adiar a saída de casa. “Quando estamos grávidas ou quando temos filhos pequenos pensamos mais pela cabeça deles, pela falta do pai e temos a esperança de que com eles tudo seja diferente”, explica, enquanto ganha coragem para fazer a afirmação mais difícil: “Por vezes também continuamos a gostar deles. Não se percebe, eu sei, eu própria não percebo, mas o que é certo é que mesmo depois daquelas pancadas todas eu ainda gostei dele durante muito tempo”.Uma assistente social dá-lhe, no entanto, um prazo de duas horas para decidir se queria ou não ser ajudada. E foi aí, em duas horas, que a sua vida começou a mudar. Manuela saiu de casa... Ainda que com a ideia de voltar. “Encarei a saída mais como um castigo que lhe poderia dar”...»

Quando o amor dá lugar ao pesadelo... (parte I)

Em 2006, de um total de 15.758 crimes registados pela APAV (Associação Portuguesa de Apoio à Vítima), cerca de 86 por cento foram crimes de violência doméstica. As vítimas, essas, eram essencialmente mulheres (90,6 por cento) e os autores do crime, maioritariamente homens (90,3 por cento). As mulheres casadas representavam mais de 50 por cento do total das vítimas.
“Tudo começou quando me juntei ao meu namorado, depois de cerca de seis meses de namoro”. Manuela (nome fictício) inicia, assim, o relato de um passado que ainda está bem presente e que tão cedo não acredita vir a esquecer. “Durante o namoro, ele tinha um comportamento normal, era uma pessoa impecável e muito carinhoso”, lembra. Manuela tinha, na altura, 20 anos e estava prestes a viver um dos piores pesadelos da sua vida: “De um momento para o outro, começou a ter uns ciúmes doentios e eu não podia sequer andar na rua com a cabeça levantada, porque senão era porque estava a olhar para alguém”. O primeiro empurrão atirou-a ao chão e marcou o início de uma vida de medos e humilhações...
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“Recomeçar” a vida

«Aceita falar connosco, mas, ainda assustada, escolhe o anonimato e toma todas as precauções que o medo a obrigou a aprender a ter. Hoje, Manuela tem 21 anos e está na Casa Abrigo “Recomeçar” há cerca de um ano e meio. Destinada ao acolhimento temporário de Mulheres Vítimas de Violência Doméstica, acompanhadas ou não dos seus filhos menores, a casa abrigo da delegação de Matosinhos da Cruz Vermelha abre as portas em Outubro de 2005 e é o porto de abrigo de muitas mulheres que ali encontram a solução de fim de linha para um problema que, sozinhas, não têm forças para solucionar. Mulheres que não são, salvo algumas excepções, do concelho de Matosinhos - por uma questão de segurança - mas que aqui encontram a paz e a tranquilidade que a maior parte das vezes nunca tiveram e que as ajuda a levantar a cabeça e a “recomeçar” a vida.
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Desejo antigo da Direcção da delegação, a casa nasce, finalmente, com a cedência do terreno por parte da Câmara de Matosinhos, a candidatura ao FEDER aprovada e um acordo atípico realizado com a Segurança Social. Estrutura de acolhimento temporário, com capacidade para 25 utentes, recebe mulheres encaminhadas por centros e núcleos de atendimento a vítimas previstos na lei, que chegam com um diagnóstico técnico feito, e pressupõe critérios de admissão bem definidos. “Desde logo, temos de ter uma mulher vítima de violência doméstica exercida de forma reiterada. Não é que um episódio pontual não possa ser acolhido, mas o problema é que, muito provavelmente, essa mulher ainda não está determinada em quebrar o ciclo de violência”.
Seis meses é o prazo estabelecido na lei para este acolhimento temporário. Prazo que pode, no entanto, ser prorrogado por iguais períodos, desde que isso não seja imputado à mulher: “São situações em que não foi possível, em tempo útil, concretizar as metas que foram traçadas para aquela mulher, não por culpa dela, mas por razões externas a ela”.
Manuela está na casa há cerca de um ano e meio e é, por isso, um desses casos. Chegou grávida de cinco meses e desta tem feito, desde então, o seu lar. Aqui encontrou a paz que há muito não sabia mais o que era.»

segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

"Lei sem Código"


Hoje, dia 14 de Janeiro de 2008, irá ser exibida na sequência do Jornal Nacional da TVI, uma reportagem acerca do tema "maus-tratos", cujo título é: "Lei Sem Código".


Esta reportagem será transmitida na tentativa de tentar melhorar a situação do país, relativamente à justiça portuguesa para com os agressores e vítimas.

Não percam!!



"Não faças da violência o teu modo de vida!"